Paul Cézanne por Élie Faure seguido de O que ele me disse...
por Joachim Gasquet" é um livro da editora "Sistema Solar"
que evoca a vida do pintor francês que viveu entre 1839 e 1906
"Os garotos da rua conheciam-no bem. Iam atrás dele,
atiravam-lhe pedras.
Cézanne afastava-se tão depressa quanto lho permitiam
as velhas pernas.
Mas o seu itinerário, que era quase sempre o mesmo,
desde a casa da cidade
até à casa de campo, desde a casa de campo até ao estúdio,
desde o estúdio
até à casa da cidade, defendia-o.
Só ao domingo se desviava do caminho habitual para ir sentarse, durante a
missa ou durante as vésperas, no banco dos assíduos da catedral loura com
uma nave que se enche de folhas de loureiro, laranjeira e carvalho sempre
que são abertas as portadas da Sarça Ardente, ali penduradas há cinco séculos
por Nicolas Froment de Avinhão, o pintor do rei Renato.
Nesse dia da semana havia à porta da igreja duas alas de pobres criaturas que
lhe conheciam os bolsos sempre cheios com moedas de maior e menor valor."
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