Vai e faz o mesmo»: comentário do patriarca de Lisboa à parábola do Bom Samaritano (evangelho do domingo 14.7.2013)
Tinham mãos os salteadores, como as têm hoje. Mas não são mãos de dar, são mãos de roubar bolsas e vidas. Roubaram-lhe tudo o que levava, que no seu caso seria material. Nos caminhos solitários que tantos percorrem hoje, os assaltos são permanentes e não roubam apenas coisas. Rouba-se a transparência dos novos, rouba-se a sabedoria dos velhos; rouba-se o ideal dos jovens, rouba-se o sustento dos adultos; roubam-se disponibilidades, sonhos e projetos… Não falo em abstrato. Refiro aspetos precisos, como a escassa educação para os valores essenciais da verdade, da bondade e da beleza; refiro a pouca prioridade que se dá à família, como célula base do organismo social, onde se possa aprender com espaço e tempo o convívio intergeracional, a complementaridade masculino – feminino, a memória das coisas e a solidariedade essencial; refiro o pouco respeito pela dignidade da pessoa humana, que não pode ser lesada pela sobrevalorização da imagem, a exorbitância da moda, a secundarização dos menos hábeis ou habilitados, ou a banalização da pornografia, do mau gosto e dos maus consumos. Falo de realidades assim, como podia juntar tantas outras, que assaltam e roubam as pessoas no que têm e no que são, sobretudo porque as apanham sós ou solitárias, mesmo que rodeadas por multidões anónimas. |
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domingo, 14 de julho de 2013
COMENTÁRIO DO PATRIARCA
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