[Senhor, nas minhas veias]
Vitorino Nemésio
Vitorino Nemésio
Senhor, nas minhas veias
Trago a morte medida.
Sou lâmpada de pobre:
Nem toda a noite a vida.
Trago a morte medida.
Sou lâmpada de pobre:
Nem toda a noite a vida.
Já meu sangue estremece;
Veio uma asa ao lago.
Minha mão arrefece
Nestas coisas que afago.
Veio uma asa ao lago.
Minha mão arrefece
Nestas coisas que afago.
Que maneira de amor
Fui, no menino ido!
Agora, seja o que for
Já no homem cumprido.
Fui, no menino ido!
Agora, seja o que for
Já no homem cumprido.
Até ao último fio
Poupei o dote divino.
O homem de Deus perdi-o;
Só salvei o menino.
Poupei o dote divino.
O homem de Deus perdi-o;
Só salvei o menino.
Esse me leva e enche
Como uma onda do mar;
Minhas fraquezas preenche,
Que a grande força é brincar.
Como uma onda do mar;
Minhas fraquezas preenche,
Que a grande força é brincar.
Já vai escurecendo;
O sangue pára de arder.
Agora, o que digo acendo
Para não me perder.
O sangue pára de arder.
Agora, o que digo acendo
Para não me perder.
Um poema bonito no entanto, melancólico, triste.
ResponderExcluirGosto mais quando nos oferece poemas positivos e cheios de esperança e positivismo.
Um grande abraço e beijinhos da amiga
Milú.