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sábado, 1 de março de 2014

ZAQUEU

O facto é que gosto do Zaqueu. Gosto mesmo!
 Gosto de o imaginar pequenito e sem complexos;
 a correr, a empurrar meio mundo, a acotovelar
 os basbaques da multidão amorfa, a saltitar de
 quando em vez procurando descortinar um ponto
 alto à procura de ver, acima de tudo, a si próprio.
E lá está ele, o sicómoro do seu contentamento,
 o lugar onde pode finalmente subir sem pisar ninguém;

 o ponto alto a partir do qual pode descortinar o que procura,
 onde se pode encontrar consigo mesmo, para depois encontrar
 os outros no caminho do seu encontro com Deus.
 Ah! Grande Zaqueu que foste capaz de ir à procura de ti próprio,
 grande ao ponto de, na tua pequenez, te reconheceres um biltre,
 mas capaz de ser amado por Deus; que subiste acima da tua altura,
 sem te pores em bicos de pés por cima de ninguém, mas à custa
 do teu esforço foste capaz de te ver.

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