Li há dias, e impressionou-me muito, que, quando Gandhi
morreu, os bens materiais que deixou valiam menos de dois
dólares. Voltei a ler para verificar se me tinha enganado:
menos de dois dólares. Os bens espirituais e civis que legou
ao futuro tinham, porém, uma dimensão incalculável.
O que nos enfraquece não é, de facto, a escassez, mas a
sobreabundância; não é a indagação, mas o ruído de mil
respostas fáceis que conflituam; não é a frugalidade, mas
sim o desperdício. O que nos enfraquece é não termos
escutado até ao fim o que está por detrás da fome e da sede,
da nossa urgência e da nossa fadiga, do atordoamento, dos
medos ou da absteção
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